
Poema do Tiro Incerto (Ou “Chora, Pigarro”)
Nos tempos Certamesenses
Desde o início, a certeza:
Injusta genética!
Toda precisão prum só irmão
Pra nenhum deles alguma beleza!
Um acerta os chutes que dá,
Outro os erra todos;
Como se sua trivela e seus rodos
Buscassem, na verdade,
O Pará.
Se os petardos tomam rumo certo,
Há a frouxa munheca do goleiro esperto;
Há o cachacento sopro do Deus Zica:
Desviam a bola da rede polêmica
E inutilizam mais uma bica.
Risadas ecoam. Veneno destila-se.
Eterna má fase. De tão má, sanguinária.
“Fosse eu no lugar dele,
sentava e chorava na pequena área”
_Quem vem lá?
_Tiro Certo.
_Não vai lá marca?
_Espera o chute, nem vai passar perto!
Borracha fedorenta no pulmão
A limitar o caminhar já limitado.
Chora pigarro preto no chão,
Chora naquilo que um dia foi gramado.
Tosse catarrenta,
Unha no nariz.
Ninguém mais te agüenta!
Como foi que esse time te quis?
Chuta logo a gordinha branquela,
Que é pra acabar com essa mazela;
De correr feito um perdido
Pra isolar como um fodido.
Se dos Campagnoli há um Tiro Certo,
Certo está que não o sou;
Nem de longe, nem de perto,
Pois tudo faço, menos gol.
Hei de me esforçar,
N’outros fundamentos me compensar.
Se me perguntas:
_Quais?
Digo-te:_Sei não, meu rapaz!
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