quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Fim da era Juvenal Boca do Inferno.



Certamesense; venho por meio desta, conclamar a todos para um referendo quanto ao assunto levantado pelo atual presidente da nossa agremiação, Juvenal Boca do Inferno.
Todos bem sabem que como órgão vigoroso de imprensa, eu cumpri meu papel de buscar a verdade e informar a todos dos fatos ocorridos.
São muitas as queixas e a insatisfação é enorme quanto a esta gestão que encerra seu período no próximo dia 26 de Dezembro de 2009. Período este que ficará conhecido como “período das sombras”.
Ao sucessor restarão as batatas (uma conta de mensalidade de horário na quadra do Marajoara, umas bolas velhas e ovais e uma lista de emails, e mais um pequeno espaço neste honrado blog); isso é tudo.
Note que o cargo não oferece grandes atrativos ao cavalheiro que assumi-lo; o que reforça ser verdadeiro que apenas um coração certamesense apaixonado por este clube, se apresentará para tirara-lo da lama em que está afundado até o pescoço atualmente.
Já se fala em uma grande reformulação no grupo, porém, uma vez em posse da lista de emails, o próximo mandatário, respeitando o estatuto do clube, se verá obrigado a manter os atuais associados, bem como preservar o quadro de conselheiros.
Nos bastidores cogita-se a possibilidade de convidar o Sr Eurico Miranda à candidatar-se, a fim de moralizar a agremiação.

Obs. Este blog estará aguardando as candidaturas até o dia 01 de 2010.

(foto: globoesporte.com)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Crônica Do "Futebol Nosso De Cada Dia"


O futebol é mesmo algo incrível. Meu pai nunca gostou muito deste esporte. Sempre se professou palmeirense, mas nunca o vi praticar esta profissão; vez ou outra comentava um resultado, o destes jogos que são anunciados com grande antecedência devido a sua importância decisiva; noutras vezes era a copa do mundo que ganhava atenção em minha casa. Lembro-me da copa de 82 nitidamente. Não houve quem não chorasse em minha casa ao ver a Itália de Paulo Rossi derrotar a maravilhosa seleção do maestro Telê Santana (que Deus o tenha em bom lugar) e Zico (o maior craque que vi jogar; um infortunado da bola por não ter conseguido vencer uma copa, ou duas como seu contemporâneo Maradona). Mas torcer, sofrer, sorrir e chorar a cada quatro anos por futebol era muito pouco para se dizer um apaixonado pelo esporte.
Assim, cresci dentro de casa, por vezes ia para casa de minha avó, e assim não tive contato “verdadeiro” com o mundo do futebol até os nove anos de idade. Foi quando nos mudamos para uma rua que tinha garotos feito ratos. Era impressionante! No período da tarde, quando os garotos haviam retornado do colégio, a rua fica infestada de moleques correndo atrás da bola, gritando palavrões e comemorando dribles e gols. Tinha até goleiro com luvas!
Logo que cheguei ao local, alguns garotos me convidaram para jogar, porém, eu nunca havia chutado uma bola que não fosse de plástico, e as bolas de “cubertão”, como diziam ao referirem-se as bolas de couro costuradas, eram pesadas demais para minhas pernas débeis e meu pé duro e plano; além do mais, minha mãe não aprovava que eu ficasse na rua com aqueles “moleques rueiros”, como ela sempre dizia.
Com isso eu me sentia meio que de vidro, porcelana, ou qualquer coisa frágil e quebrável; aquilo era horrível. Eu sempre soube que não era frágil, mas havia uma política em casa a qual obrigava o menino a desempenhar tarefas domésticas – uma ligeira exploração do trabalho infantil embasada no que dizia que era importante o menino saber fazer de tudo nesta vida (até hoje não vi utilidade para estes aprendizados; limpar um chão, arrumar uma cama e lavar uma louça são coisas a que se pode aprender em qualquer tarde ou manhã destas da vida, em qualquer idade; mas vá lá, já passou e não me matou).
Para piorar as coisas, a família que morava na casa defronte para a nossa era uma família tradicional em colocar os moleques nos afazeres domésticos; já havia quatro gerações que a mãe os colocava nas tarefas do lar sob uma disciplina digna de uma ditadura (os moleques até enceravam o chão e a casa era um brinco de tão limpa e organizada). Toda vez que eu argumentava que aquilo não era serviço para meninos, imediatamente minha mãe disparava o exemplo dos vizinhos. Acho que todas as mães usavam aquele argumento como forma de impor os serviços domésticos aos moleques, afinal, vez ou outra aparecia um com a vassoura em punho (no entanto os outros acabavam dando um jeito de escapar para a rua; talvez tivessem um apoio mais forte em casa, algo como um pai fanático por futebol).
Mas eu ia ali, levando a vidinha; com uma vassoura em punho a varrer o chão e com um olhar longo para a liberdade dos moleques que corriam em tropel atrás da bola.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Futebol Paixão (Última Rodada).





Que o futebol é uma paixão isso é incontestável. A imprensa indigna-se com a violência cometida pelo torcedor; na grande maioria das vezes este torcedor violento é membro de uma torcida organizada. A opinião pública, incitada pela imprensa, também se indigna. E todo mundo sabe que estes crimes não são punidos com o rigor que deveriam ser. São crimes passionais?

O clube de futebol é o epicentro desta trama. Próximo dele está aquele torcedor que se sente meio proprietário do clube, o cara da quadrilha, digo, torcida organizada, e longe está à grandiosidade do clube: o torcedor comum, o cara do comentário no trabalho, do jogo sentado no sofá, do grito e das lágrimas solitárias, o Fulano de Tal-ense, ino, ano, ista...
Não obstante, no pacote de ilusões, afigura-se o mito, atléta; e o mesmo atleta que tira aplausos, causa euforia, coloca de pé determinada torcida neste ano, na temporada seguinte tirará lágrimas, calará o grito, destruirá os sonhos da mesma torcida que o ovaciona hoje.
É tudo um imenso abismo de ilusão. Aí de nós torcedores!

O cidadão responsável por o futebol ser algo mítico, portanto, baseado em ilusão, e firmado na propaganda mais poderosa, a de boca em ouvido/boca em ouvido..., e não de boca em boca como dizem (riso implicante), é este o grande divulgador da causa. Sem nós, torcedores comuns, os clubes se resumiriam aos seus freqüentadores associados, aos torcedores das organizadas e funcionários. Talvez até lotassem estádios. Talvez, mas não seriam nada sem os milhares de torcedores comuns empenhados na intensa campanha pela propagação da marca de determinada agremiação.



Tudo faz parte do que chamarei Futebol Mundo. E hoje o Futebol Mundo está apreensivo por estas bandas do Florão da América. Temos uma tarde para decidir oito meses de campeonato.

Ao Flamengo, basta vencer o Grêmio dentro do Maracanã aos embalos de sua colossal torcida para sagrar-se campeão. E quer saber minha opinião? O Grêmio complicará o Flamengo. Por uma razão simples, o Grêmio é brioso e acima de suas rivalidades carrega a bandeira do estado. Esse é o espírito do tricolor do Olímpico.

Já o Internacional precisa vencer o time do ABC, o Santo André, possui bons jogadores e provavelmente, além de sua própria necessidade de vencer para não ser rebaixado, pode estar ainda mais embalado pela promessa de um Natal melhor em um final de temporada ruim. A tal da mala branca, que é feito cabeça de bacalhau; todos sabem que existe e ninguém vê.

Ao Palmeiras, resta torcer para que eu esteja certo em minhas previsões e ainda vencer uma dramática batalha contra seu companheiro de viajem às profundezas da segunda divisão, Botafogo, que luta para não ser novamente tragado pelo olho do furacão descenso.

Já o São Paulo, o grande São Paulo, é o mais sonhador de todos, e curiosamente o time, que na figura de seus atletas, mais pregou o crer até morrer.
Os caras devem ter lido meu texto onde citei a frase de Benjamim Disraeli (“O inesperado sempre acontece”) e refletido nele durante a semana inteira.











... Final de Primeiro Tempo: É um sofrimento. É como um corte lento e profundo no coração palmeirense.
O Grêmio, mesmo desfalcado, vai complicando o Flamengo conforme eu havia previsto. Porém o Internacional vai vencendo por 2x0 o Santo André, que a julgar pelo placar de primeiro tempo, vai aceitando passivo o descenso.
Já o São Paulo vai vencendo o Sport por 1x0, em um jogo que já teve uma expulsão para cada lado.
E o mio Palestra está disputando uma duríssima partida onde começou melhor, porém o Botafogo equilibrou e terminou dominando e por muito pouco não conquistou o primeiro gol; ele está sendo mais perigoso.

É, terminou: Corte exposto. Coração palestrino sangra muito, sangra tudo.
Nem o título, que esteve praticamente ganho, e foi para o Flamengo que venceu o valente Grêmio por 2x1 de virada.
O Internacional chegou a sonhar, destruiu o Santo André, venceu por 4x1, porém o título não conquistou, mas vai à Libertadores, tem motivo para comemoração.
O São Paulo cumpriu seu dever, venceu por goleada o Sport no Morumbi, 4x0, também vai à Libertadores.
E por fim, o Cruzeiro; venceu o Santos na vila, 2x1, e é o quarto time a classificar-se.
Ao mio Palestra, apenas a dor.